19 maio 2014

Condensando a coisa

"Outros, quando tentam engatá-la, dizem algumas vezes coisas muito aceitáveis e, outras vezes, coisas tão irónicas ou tão maliciosas que conseguem ser encantadoras, mas depois - porque de perto ela é mais bonita do que lhes pareceu e, para uma pessoa tão pequena, um pouco mais arrogante do que porventura esperavam - sentem-se intimidados e batem em retirada. Os que estabelecem contacto ocular com ela são, regra geral, aqueles de quem não gosta. E os que estão perdidos nos seus livros, os que estão encantadoramente absortos e que são encantadoramente desejáveis, esses... bem, esses estão perdidos nos seus livros. Quem procura ela? Procura o homem que a reconheça. Procura o Grande Reconhecedor."

Philip Roth, in A Mancha Humana

3 comentários:

  1. Esse não era o Tomás de Torquemada ? Ou era aquele da história do Ivan Karamázov ? Ou... ?

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  2. Desinit in piscem mulier formosa superne. ;)

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  3. Anónimo21.5.14

    Philip sabe-la toda.

    (de repente, isto poderia (olha aqui um poderia, mas, neste caso, poderia mesmo) ter sido escrito pela Margarida Rebelo Pinto)

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