01 fevereiro 2015

Tripas dobradas em três

Gostei muito deste título da Susana, embora eu goste de quase tudo o que a Susana me mostra, o que não é pouca coisa visto que eu ando gostar cada vez menos do que os blogues me mostram, bem sei, a solução é mudar de blogues, havemos de tratar disso, o título tão feliz fez-me pensar que, lendo muitas cartas, não recebo contas por carta, há muito que fiz de conta que acreditava no que as empresas que mandam contas me diziam, que era por causa das árvores, mas sei bem que não, quanto menos cartas as empresas enviarem, mais lucros têm e eu gosto que as empresas tenham lucros, o problema são as empresas sem lucros, essas é que precisam que nos preocupemos com elas, quem diz empresas diz pessoas, preocupemo-nos com as pessoas que têm poucos lucros e veremos se não é muito melhor que preocupar-nos com as que têm muitos lucros, mas, dizia eu, não é por não receber cartas que não leio cartas que me dão a ler, quase sempre cartas escritas com o estômago, quem escreve cartas com o estômago é porque não as consegue escrever com o coração nem com o cérebro, por isso, quando já não há cérebro nem coração que lhes valha, as pessoas escrevem com o estômago, sem controlo, sem filtro, viscerais e, a partir de agora olharei para essas cartas, que me chegam já abertas, só as tripas, já desdobradas e enviadas "à consideração superior", ainda com mais vontade de lhes dar uma resposta que satisfaça quem as escreveu tão viscerais, essas tripas dobradas em três.

8 comentários:

  1. Vamos lá ver, caro Pipoco, se consegue fazer das tripas coração.

    ResponderEliminar
  2. Cláudia1.2.15

    Não gosto de me registar em coisas, adoro a liberdade, de, pelo menos, ter a ilusão de não deixar rasto e por isso não posso comentar o que escreve a Susana no seu espaço, por isso Pipoco digo por aqui, que a Susana mostra-nos umas coisas que acho muito importantes, doçura, gentileza, atenção para com os outros, quer no que escreve no seu espaço quer nos comentários que faz e por isso acho que nos mostra outra coisa, que podemos dizer o que sentimos exactamente como sentimos, sem ter que mostrar as tripas aos outros. A mim ensinaram-me que os outros podem e devem, mais, merecem, ser poupados dos nossos impulsos viscerais, que muitas vezes são mesmo escatológicos, concordo inteiramente. Todos temos em alturas da nossa vida, razões para escrever cartas com o estômago, mas nunca deixamos de ter ao mesmo tempo coração e cérebro e para mim, é de grande valor, quem guarda para si os seus momentos estômago e reúne forças para conseguir oferecer coração e cérebro aos outros. Não se é mais genuíno porque se é visceral, porque não se tem filtro, irritam-me as desculpas que parece que legitimam as pessoas a serem umas bestas, como esta, coitados, já só conseguem com o estômago.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, Cláudia.
      Esse tema dos "impulsos viscerais, mesmo escatológicos" dá pano para mangas e é como diz, todos os temos, é preciso é fazer-lhes bem a catarse às causas, se não for possível eliminá-las.

      Eliminar
  3. Anónimo1.2.15

    Caro Pipoco, vou presumir pelas suas palavras que está a ter um mau dia, e que, por isso mesmo, vou desconversar aqui um pouco. Receitas de tripas não são o meu forte.

    ResponderEliminar
  4. tripas passo, obrigada, não sou fã dessas iguarias!

    ResponderEliminar
  5. Corvo1.2.15

    Bom; as árvores contam mas, depende muito do estrebuchar da empresa. Esta, ou melhor, essa; parece que à falta de gestão salvadora optou pelas missivas em catadupa, constando-se até já ter assinado acordos e parcerias com as empresas madeireiras do Gabão e Camarões.
    Empresa prevenida na carta bota sabedoria.

    ResponderEliminar